quinta-feira, 6 de outubro de 2011





A lógica na Língua Portuguesa

Costuma-se dizer que quase todos os acontecimentos da vida respeitam uma certa lógica. Na Língua Portuguesa, os professores nos deparamos com alguns comentários (pessimistas) por parte dos alunos a respeito de um eficaz entendimento do funcionamento das estruturas gramaticais. Pelo menos nos primeiros dias de aula de um Curso de Português, sussurra-se que nada naquilo faz sentido, que Português é quase impossível de se entender, que é preciso estudar loucamente, além de ter de memorizar tudo. Ou seja, o tipo de comentário que sugere uma resposta própria de um líder religioso diante de uma pessoa aflita por certos eventos ruins da vida: “Calma! Estamos só começando. Mostrarei a vocês a verdade, o caminho e a luz!”.


O tal líder religioso precisaria recorrer ao sobrenatural e ao fantástico, por vezes, para convencer um ser lamentoso a ser acalmar. Já no nosso amado Português, sempre há uma lógica que explique qualquer análise ou classificação do nível do morfema ao nível textual. Nada acontece por acaso na Língua Portuguesa, tudo respeita essa lógica, esse nexo, seja no campo da Linguística (psicolinguística e sociolinguística), seja no maravilhoso universo da gramática. Discorrerei acerca desse último campo, o que mais deixa os candidatos assaz angustiados.

O aluno precisa conhecer as diversas unidades que compõem um discurso. Da mínima à máxima. É necessário que ele entenda que tudo começa com um simples morfema (elemento mínimo dotado de significado) e que, a partir desse morfema, formam-se palavras. Tais palavras, que compõem os termos e as cláusulas da oração, depois de formadas, articulam-se diretamente em nossa Língua (cada uma pertencendo a uma classe gramatical). Por exemplo, um adjetivo (que é um termo da oração, composto por morfemas e que exerce uma função sintática) só existe com a ilustre missão de se referir a um substantivo. Ou seja, é subordinado por natureza, visto que sua essência está vinculada a outro termo. Então, no exemplo “O professor motivado faz a turma ir longe”. Motivado é um adjetivo, um termo composto por morfemas (motiv + ado), subordinado ao substantivo professor (pois se refere a ele), com função sintática de adjunto adnominal e que, semanticamente, restringe tal núcleo substantivo. Afinal, não é qualquer professor que faz a turma ir longe, é somente motivado.
Do termo motivado surgem as seguintes conclusões: ele é um Termo, é Subordinado, é Adjetivo Restritivo e Adjunto Adnominal. Para tal análise, levam-se em conta diversas modalidades do Português, como a Morfologia, a Sintaxe e a Semântica.

A grande problemática reside no fato de o professor estar acostumado a encarar uma turma cuja base ele não conhece, não entende suas dificuldades, suas aspirações e já se vê obrigado a fazer com que o aluno saiba classificar uma “Oração Subordinada Adjetiva Restritiva Reduzida de Gerúndio”. Para tal análise, também se levam em considerações as supracitadas modalidades da Gramática. É preciso compreender sintaxe e semântica para entender o que é uma subordinação, além de ser essencial perceber que morfologicamente tal oração se comporta como um adjetivo (que se referente a um núcleo substantivo). que, por sua vez, sintaticamente, exerce papel de adjunto adnominal do núcleo e que, morfologicamente, tal oração não possui conectivo, sendo assim, ela é introduzida por uma forma nominal do verbo (O gerúndio).

Caso o aluno seja capaz de fazer essa análise completa, deste simples termo da oração, respeitando TODAS as lógicas do Português: “O professor motivadofaz a turma ir longe”, ele não possuirá dificuldade em perceber do que se trata o termo em negrito na seguinte construção: “O professor motivando todos os alunos faz a turma ir longe”.
Toda ciência possui sua lógica e o seu entendimento faz com que muitos esforços inúteis sejam eliminados de nossas vidas, por exemplo, a História. Quando se entende a lógica e o encadeamento dos acontecimentos históricos, ninguém mais se preocupa em decorar datas, elas fluem naturalmente. Assim como a Física e a difícil missão de decorar fórmulas, quando se entendem as ferramentas da Física, gravar fórmulas se faz desnecessário. Com a Língua Portuguesa, não é diferente.

Ousem pensar,
Prof. Fabrício Dutra

4 comentários:

Isabela Aidar disse...

Acho que sei de onde saiu a inspiração pra esse texto... ¬¬ rs

Prof. Fabrício Dutra disse...

hahaha que nada, meu amor!

Anônimo disse...

Deu uma confundida legal

duardo disse...

Rapaz quantas regras tem está logica, o legal é que se você entende-la abre todos o caminho para todos o enigma .