Preconceito, substantivo masculino, 1. Opinião ou idéia preconcebida sobre algo ou alguém, sem conhecimento ou reflexão.
Com uma só definição advinda de um respeitado dicionário da língua portuguesa começo meu texto. A generalização foi feita para que agora o particular venha ao caso. Não será aqui discutido todo o tipo de discriminação, será debatido um peculiar: O BIOTIPO DE UM SUSPEITO.
"A viatura foi chegando devagar e de repente resolveu me parar..." Esse trecho da canção de Marcello Yuka é assaz conveniente para que seja incentivada a reflexão sobre a formação da imagem de um suspeito no imaginário social.
Os indicadores sócio-étnicos fizeram com que o cidadão fosse abordado pela viatura? Sim! Há um modelo de retrato falado do suspeito pré-formado em nossas mentes? Sim!
A questão da violência no Brasil além de costumeira é complexa, mas faço aqui um último questionamento antes de formalizarmos o que é um suspeito para uma sociedade: Quando a polícia chega à favela, enxerga diante dela um cidadão???
É fato que a polícia não se comporta da mesma forma em um bairro nobre do Rio e em uma favela. Portanto, o que faz a polícia determinar (julgar) que um cidadão é suspeito antes de ter conhecimento? O que faz com que NÓS tenhamos esse preconceito? Afinal, essa não é uma prática restrita à força policial!!! Todos nos sentimos inseguros nas ruas de nossa cidade e vez ou outra desconfiamos de pessoas sem termos a mínima idéia sobre sua procedência.
Um homem negro de terno pomposo e aparência elegante e um jovem branco, mal vestido, sujo, com cabelo colorido de loiro e olhar carrancudo entram no mesmo ônibus que você. De quem você sente medo? Creio que sua resposta elimine a RAÇA como pré-requisito para formação de um suspeito. Talvez a atitude dos policiais de abordar, usar de violência, cheirar a mão, entre outros abusos, esteja associada à relação de poder, visto que até um policial negro pode ter tal comportamento. O que fazemos os civis? Sentimos medo, insegurança, desviamos e só!
Alguns se arrependem pelo sentimento de medo, talvez tocados pela essência dos direitos humanos. Todavia, as diferenças, ou seja, os contrastes, fazem com que haja perda ou denegação de uma identidade coletiva, fazendo que o "outro" não seja incluído ao mesmo grupo social do "eu".
Pois, a partir embate entre o "eu" e o "outro" há o preconceito, uma formação de um biotipo do suspeito, que não mais se restringe ao negro pobre. As características de um provável cidadão ilícito vão além da raça, também são considerados "atributos" como: traje, comportamento, linguagem, condição social, moradia, emprego, hábitos... e cresce cada dia mais o carregamento de prerrogativas sociais que fazem com que aumente a insegurança do nosso povo.
Cabe ao considerado "suspeito" se adequar a um padrão estabelecido pela sociedade para que não seja mais prejulgado nos "tribunais de rua" do nosso país???? Ou ao cabe à sociedade (inclusive a polícia) ser tocada pelos direitos humanos e respeitar as diferenças????
Com uma só definição advinda de um respeitado dicionário da língua portuguesa começo meu texto. A generalização foi feita para que agora o particular venha ao caso. Não será aqui discutido todo o tipo de discriminação, será debatido um peculiar: O BIOTIPO DE UM SUSPEITO.
"A viatura foi chegando devagar e de repente resolveu me parar..." Esse trecho da canção de Marcello Yuka é assaz conveniente para que seja incentivada a reflexão sobre a formação da imagem de um suspeito no imaginário social.
Os indicadores sócio-étnicos fizeram com que o cidadão fosse abordado pela viatura? Sim! Há um modelo de retrato falado do suspeito pré-formado em nossas mentes? Sim!
A questão da violência no Brasil além de costumeira é complexa, mas faço aqui um último questionamento antes de formalizarmos o que é um suspeito para uma sociedade: Quando a polícia chega à favela, enxerga diante dela um cidadão???
É fato que a polícia não se comporta da mesma forma em um bairro nobre do Rio e em uma favela. Portanto, o que faz a polícia determinar (julgar) que um cidadão é suspeito antes de ter conhecimento? O que faz com que NÓS tenhamos esse preconceito? Afinal, essa não é uma prática restrita à força policial!!! Todos nos sentimos inseguros nas ruas de nossa cidade e vez ou outra desconfiamos de pessoas sem termos a mínima idéia sobre sua procedência.
Um homem negro de terno pomposo e aparência elegante e um jovem branco, mal vestido, sujo, com cabelo colorido de loiro e olhar carrancudo entram no mesmo ônibus que você. De quem você sente medo? Creio que sua resposta elimine a RAÇA como pré-requisito para formação de um suspeito. Talvez a atitude dos policiais de abordar, usar de violência, cheirar a mão, entre outros abusos, esteja associada à relação de poder, visto que até um policial negro pode ter tal comportamento. O que fazemos os civis? Sentimos medo, insegurança, desviamos e só!
Alguns se arrependem pelo sentimento de medo, talvez tocados pela essência dos direitos humanos. Todavia, as diferenças, ou seja, os contrastes, fazem com que haja perda ou denegação de uma identidade coletiva, fazendo que o "outro" não seja incluído ao mesmo grupo social do "eu".
Pois, a partir embate entre o "eu" e o "outro" há o preconceito, uma formação de um biotipo do suspeito, que não mais se restringe ao negro pobre. As características de um provável cidadão ilícito vão além da raça, também são considerados "atributos" como: traje, comportamento, linguagem, condição social, moradia, emprego, hábitos... e cresce cada dia mais o carregamento de prerrogativas sociais que fazem com que aumente a insegurança do nosso povo.
Cabe ao considerado "suspeito" se adequar a um padrão estabelecido pela sociedade para que não seja mais prejulgado nos "tribunais de rua" do nosso país???? Ou ao cabe à sociedade (inclusive a polícia) ser tocada pelos direitos humanos e respeitar as diferenças????
Ouse pensar!!!
Saudações Alvinegras,
Fabricio Dutra
Opa!!!! Não se esqueçam dos suspeitos que não se enquadram nesse biotipo... alguns exemplos você pode encontrar em Brasília...