Orientações Gramaticais para a
Redação Discursiva
O manejo da língua escrita formal por
parte dos candidatos, aspirantes às vagas nos concursos, é fator de extrema
importância na produção de um texto que atenda às expectativas das principais
bancas pelo Brasil. O respeito e a observância à tradição culta da Língua - que
se baseia nos mais renomados escritores – é uma prática considerada essencial para
quem pretende produzir um texto coeso, coerente, conciso e agradável, a fim de
conseguir tão almejada vaga.
No Brasil, país que possui evidentes
dificuldades e carências em sua rede de ensino que implicam uma escrita pobre da maioria dos alunos, dominar o padrão culto de prestígio da língua
torna-se um diferencial decisivo no que tange à Redação Discursiva.
Visto isso, alguns temas que
pertencem ao universo da tradição
gramatical e que devem ser alvos de atenção por parte dos nobres produtores
textuais argumentadores serão abordados a partir do próximo parágrafo. Tais
Tópicos (quando respeitados) são processos fundamentais para a criação de
textos acordo com os critérios de correção adotados pelas principais bancas nos
textos dissertativos (argumentativos e expositivos).
O primeiro aspecto gramatical
aconselhado é a preferência pelas formas
verbais simples do pretérito perfeito do indicativo e do futuro do presente
do indicativo em detrimento às formas compostas – preferidas pelo uso coloquial
da Língua Portuguesa. Afinal, quem não concorda que sempre falamos “eu vou correr no fim de semana”? A forma que deve ser adotada pelo candidato é “eu
correrei no fim de semana”. Isto é, devem-se
preferir formas como “amanhã alcançaremos
o devido progresso” a “amanhã vamos
alcançar o devido progresso”.
Ainda em relação aos verbos, o
falante da Língua Portuguesa tem forte tendência a equiparar o presente do
indicativo com o futuro do subjuntivo (como assim?). “Se analisamos com frieza tal aspecto...”. Esta forma deve ser evitada,
pois é condenada pela Norma Culta. A
forma de prestígio e de acordo com a Gramática
é “Se analisarmos com frieza
tal aspecto...”.
Use corretamente também a Voz Passiva
pronominal ou Sintética, caso em que ocorre sujeito paciente que sofre uma ação
expressa pelo verbo, com a presença da partícula SE. Ou seja, do ponto de vista
da Concordância, se existe núcleo do sujeito (mesmo que sofra a ação), o verbo deve com ele concordar. Desse
modo as formas que devem ser usadas são: vendem-se
carros, Realizam-se melhorias. Afinal, os carros são vendidos e as
melhorias são realizadas.
Empregue corretamente os conectivos
(importantes recursos coesivos), evitando, destarte, formas consagradas apenas pelo uso coloquial, como “na medida
que”. O correto, segundo o padrão culto, deve ser “à medida que”. Outro
fator muito importante é o valor semântico das conjunções. Devido à semelhança
gráfica, algumas conjunções são alvo de confusão por parte dos concurseiros.
Por exemplo, porquanto tem valor
causal (é igual a porque e não a portanto); posto que e conquanto tem
valor concessivo (igual a embora, apesar
de que); contanto que é conjunção
condicional.
Em relação à pontuação, um erro muito
presente nas dissertações pelo Brasil é o mau uso da vírgula. A principal regra
de vírgula proibida deve ser levada como lei para a prova: não se usa vírgula isolada entre o sistema SVC. Ou seja, não se
separa por vírgula o sujeito do verbo, o verbo dos complementos e o núcleo de
seus adjuntos adnominais, mesmo que haja uma leve pausa entre a pronúncia de
tais elementos. Fato importante a se observar é que tal proibição também se
aplica à relação entre Oração Principal e Oração Subordinada, visto que esta é
apenas uma espécie de termo que exerce função naquela; logo, também não poderá
ser isolada por vírgula.
Não se esqueçam de isolar com vírgula (ou travessão) elementos
explicativos: isto é, ou seja, por exemplo, apostos explicativos, adjetivos
explicativos, orações adjetivas explicativas. Bem como isolar com vírgula conjunções conclusivas e
adversativas: logo, portanto, então, pois,
porém, no entanto, entretanto, contudo, todavia. Emprega-se também a
vírgula no complemento deslocado. Em
expressões como “No ano passado,
estudamos com afinco”. O Adjunto Adverbial de tempo (no ano passado) deslocado deve ser isolado por vírgula se for
expressão de grande corpo (três ou mais palavras), expressões curtas têm
vírgula facultativa.
Os conselhos supracitados são de
extremo valor para que uma Redação seja competente aos olhos da banca
examinadora; contudo, o candidato não pode deixar de estudar e aprimorar as
questões estruturais de seu texto (introdução, desenvolvimento e conclusão), a
coesão textual, as estratégias argumentativas, o uso dos conectores lógico-discursivos,
os critérios de legibilidade, a semântica, a produção correta de um rascunho e,
principalmente, deve treinar, treinar e treinar.
Beijo no coração e bons estudos,
Saudações Alvinegras.